Comitê de Preservação da Memória Corinthiana
Fazendinha
Aos 80 anos, a Fazendinha reabre as portas em grande estilo

Para comemorar o aniversário da fundação do Estádio Alfredo Schürig, aberto em 22 de julho de 1928, o Comitê de Preservação da Memória Corinthiana (CPMC), com o apoio do Departamento Social do Sport Club Corinthians Paulista, através da vice-presidente Marlene Matheus, convidou os grandes ídolos das agremiações protagonistas do jogo inaugural – Corinthians e América do Rio de Janeiro – para um encontro histórico. A festa servirá também como laboratório do campo para partidas oficiais. Entre os craques convidados, estão Sócrates, Zenon, Rincon, Ronaldo, Vaguinho, Neto, Biro-Biro, Geraldão, Badeco, Basílio e Julião (do time da década de 50, que dará o pontapé inicial); já pela equipe alvirrubra, vale mencionar nomes como, Amaro, Edu, Ruço, Julio César, Eloy e Moreno.

A Fazendinha. Dez anos depois da construção da primeira “casa” alvinegra, na região da Ponte Grande, – feita pelos próprios atletas e dirigentes –, o então presidente Ernesto Cassano convocou uma Assembléia Geral para comunicar aos conselheiros a compra do terreno de Nagib Sala e Assad Abdalla, ocupado pelo Esporte Clube Sírio. Sediada na zona leste e cercada pelo Rio Tietê, que somente em 1957 receberia a via de acesso por onde circulam diariamente mais de 1,5 milhão de veículos, a Cidade Corinthiana logo foi apelidada de “Fazendinha”. Rebatizado de Parque São Jorge, o espaço foi convertido num clube poliesportivo, com parque aquático, praças de alimentação e áreas de lazer. Dentre os destaques da obra, o Estádio Alfredo Schürig ainda guarda o romantismo daquele período, visto nos números escritos à mão, que indicam os assentos dos torcedores. Com capacidade para 18 mil pessoas, o local passou por reformas estruturais e hoje é utilizado para os treinos da equipe profissional do Corinthians. Além das instalações principais, o ambiente possui Tribuna de Honra, Sala de Imprensa e o Centro de Preparação e Recuperação Osmar de Oliveira.

O placar da estréia. De acordo com o Almanaque do Timão, do jornalista Celso Unzelte, “O gol mais rápido da história do Parque São Jorge foi também o primeiro. E quem marcou foi o ponta-esquerda Alexandre De Maria, aos 29 segundos”. O árbitro João de Deus Candiota apitou o amistoso interestadual, que teve como premiação a Taça Char de la Victoire, ofertada pela diretoria do América. A equipe alvinegra entrou em campo com Tuffy, Grané e Del Debbio; Nerino, Sebastião e Munhoz; Aparício, Neco, Rato, Guimarães e De Maria, sob o comando do técnico Ângelo Rocco.

Curiosidades. No dia da estréia, uma linha de ônibus, cujo itinerário ligava a Penha ao Centro, foi alterada para atender os torcedores corinthianos. Nesta época, a arquibancada comportava apenas duas mil pessoas. O nome oficial da Fazendinha – Estádio Alfredo Schürig – foi uma homenagem ao seu 13º presidente, responsável pela modernização da área e pela doação da verba usada na compra do campo. Os refletores, que garantiriam as partidas noturnas, foram instalados somente em 1961.